
Enfim, lembrei da história de uma menina chamada Lória, uma amiga cearense que minha prima tinha lá por 2002 ou algo assim. A história da menina parece Nelson Rodrigues para adolescentes...
Lória morava numa vila no Ceará e, por alguma obra do destino, conheceu Paulo, um empresário portoalegrense que se interessou por ela e a tirou da vida difícil. Paulo começou a namorar Lória e resolveu levá-la para Porto Alegre, onde deu à menina (que devia ter uns 20-e-poucos anos na época) um apartamento, um carro e uma vida de princesa. Não! Princesa o caramba! Uma vida de dondoca mesmo. Lória não trabalhava, fazia cursinho, academia, drenagem linfática, compras no shopping, tudo às custas do generoso Paulo, que ainda dava uma gorda mesada e pagou uma lipo para a mocinha.
Lória fazia, como eu disse antes, cursinho pré-vestibular. Incentivada por Paulo, ela tentou o vestibular para Enfermagem na ULBRA. O interessante é que na redação, cujo tema lhe pareceu um tanto complexo, Lória se limitou a redigir uma frase: "Ai meu Deus. Por que é tão difícil passar no vestibular?" Pasmem: ela passou. (Era na ULBRA né... hahaha)
Bom, mas até agora está tudo lindo nessa história. Onde tá a parte do Nelson Rodrigues?
Acontece que Paulo, esse anjo que apareceu na vida de Lória e lhe deu toda uma perspectiva de futuro, era um cara com mais de 30 anos, casado e pai de dois filhos. E eu lembro que, segundo minha prima, a esposa do cara era linda. Uma mulher daquelas com M maiúsculo, sabe? Daquelas que, mesmo depois de mãe de dois filhos ainda fazia muito garotão adolescente babar.
Então por que Paulo, tendo uma mulher dessas em casa, precisaria recorrer a uma namoradinha? Lória até que era bonitinha, mas conforme o que eu ouvi, ela não chegava nem aos pés da titular. Só que a questão era a seguinte: a esposa de Paulo não devia ser muito adepta daquele tipo de sexo ao qual poucas mulheres são adeptas. Sabe? Aquele da "porta dos fundos"... E era isso aí que Paulo queria de Lória, e que ela fornecia sem reclamar, afinal era apaixonada pelo cara, embora questionasse que a "porta da frente" já não estava sendo visitada há meses.
Só que a burrice do ser humano parece não ter limites e é claro que Lória não poderia ser diferente, não é? Vamos recapitular; a moça tinha tudo: carro, apartamento, faculdade paga, academia, mesada, vida de madame e só o que precisava fazer era dividir Paulo com a "oficial" e, bem, dar a "ala sul". Isso não parecia o bastante para Lória. Ela até conheceu um amigo da minha prima e começou a se envolver com ele, que deve ter dado conta da "ala norte" sem problemas, mas a moça queria mesmo era o Paulo. Ela podia simplesmente abusar da boa-vontade do empresário e se formar na faculdade, arrumar um bom emprego, começar a andar com as próprias pernas e não depender mais de Paulo, nem de João, nem de Pedro, nem Matheus nem ninguém pra se manter aqui em Porto Alegre, mas não... A situação de ter que dividir Paulo com "aquela lá" a incomodava profundamente, pois ela nunca tinha o namorado nos fins de semana ou feriados, que dirá em datas especiais, como Páscoa, Natal, etc.
Sabe como é a pessoa apaixonada... Nunca vê as coisas concretas que estão à sua frente e sempre arruina o que tem por algo muito, MUITO menor. E Lória não fez diferente. Tratou de descobrir o endereço da casa de praia de Paulo em Atlântida e foi lá, num feriado que ele passava junto da familia. Armou barraco, tentou "roubar" ele da família e acabou ganhando uma passagem só de ida pro Ceará, sem carro, sem apartamento, sem faculdade, sem academia, sem dinheiro, sem nada.
Sinceramente, o que ela esperava? Que ele abandonasse a familia para ficar com a menina que ele mantinha apenas pelo propósito de inserir o pênis onde a esposa dele não devia deixar? Ele a mantinha porque podia manter, porque tinha grana para manter. Tudo bem que ele devia contar aquela velha história de que o casamento dele ia mal, que ele pensava em se divorciar, mas estava relutante por causa das crianças e blablablá. Eu pensei que esse discurso já tivesse sido desmistificado pelas novelas da Globo, que emburrecem o povão, mas sempre ensinam uma coisinha ou outra. Porém, aparentemente esse papo ainda cola.
São histórias como essa que me fazem levantar as mãos para o céu por ter nascido inteligente. E olha que eu nem sou religioso...
3 comentários:
Às vezes sinto-me deveras Lória, ta na hora de fazer cursinho!!
Quem sabe eu nao passo na RealSchule???
Nah.... DOnt think so....
burro mesmo é esse paulo ae!
que cu caro q ele arrumou, heim?
uhauhauhhuauhahua...
viu, cearense...
precisa dizer mais alguma coisa?
bã.
bjos
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