segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O menino que devolvia os livros



É engraçado como tudo cabe num pedaço de papel e como a força da palavra faz com que, muitas vezes, paremos pra pensar em aspectos da nossa vida – tá pareço a Martha Medeiros falando agora, mas eu estava justamente pensando sobre isso. Desde tempos remotos nós, seres humanos cheios de medos e angústias, criamos estranhos artifícios que têm a única finalidade de explicar toda uma gama de eventos que não se entregam a uma observação rápida e distraída e dentre estes rituais o da escrita, ao meu ver, é um dos mais incríveis.
Claro que tudo merece uma ressalva, afinal, é muita pretensão achar que existe uma explicação única e inquestionável para todos fatos que nos rodeiam, como se existissem bulas ou manuais para tudo. E, mais uma vez, retorno à feira do livro – é que esta enriquecedora experiência literária deu, dá e dará sempre pano pra qualquer manga -, onde podemos encontrar desde manuais do sexo – olha o Kama Sutra aí de novo – até manuais sobre uma infinidade de coisas.
Sabe aquelas coisas sobre as quais não falamos (sem fazer referência a nenhum filme do Shyamalan)? Aquelas palavras, as quais a simples menção vem seguida de batidas na madeira, sinal da cruz e um rápido e assustado “deusulivregruarde”? Todas estas coisas se referem a um fenômeno que consegue ser, ao mesmo tempo, a única certeza e o maior ponto de interrogação de que todos temos notícia. É bastante interessante o modo como a comunidade artística lida com ele e como a literatura (a prosa e a poesia) tenta desmistificá-lo e torná-lo um pouco menos intragável. Algumas tribos antigas acreditavam que ao ingerir a carne do corpo de um inimigo mais forte, ou ao vestir sua pele, incorporariam toda a força do mesmo.
Que tal, então, a personificação desta força misteriosa, deste fenômeno que todos (até mesmo os que não admitem) temem e respeitam? Por mais incrível que possa parecer, hoje eu, você e quem mais se interessar, podemos ler uma história completamente narrada pela Ceifadora de Almas, na fantástica fábula: A menina que roubava livros (2007) - de autoria de Markus Zusak. O texto nos fala da experiência e do contraste estabelecido entre a mais funebre das forças e uma indefesa e pequena "roubadora de livros". Conseguirá, Zusak, derrotar nossa a encapuzada e ingerir sua força, afinal? – Não percam o desfecho desta empolgante aventura aqui, neste mesmo Bat-Canal [risos].

Um comentário:

Anônimo disse...

bah.. eu tava tri afim de ler esse livro.. só não comprei pq tá na lista 'livro sensação do momento' e achei que seria melhor procurar outros mais difíceis de encontrar e tals (e pq eu tenho a esperança de consegui-lo por um valor mais módico.. se bem q 31,90 é um valor módico.. mas.. ah.. que se dane! =P)..