sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Tecla TALK na vida real



Sempre achei bonito aqueles títulos pai da aviação, do teatro, da filosofia e tantos outros que aparecem nos livros mais tradicionais de história. Eu gostaria de ser conhecida como a mãe da tecla talk na vida real. A idéia vem sendo desenvolvida há algumas semanas com a minha colega de trabalho e ontem à noite, quando li no msn de um amigo “o pior administrador de tempo de todos os tempos”, achei que ali estava o embrião da minha invenção [blé, rimou]. Genial. Esse é o mal do nosso século. O tempo. Fiquei pensando tanto sobre essa frase que me atrasei toda, dormi muito tarde e as notas dos alunos da minha prática de ensino ficaram um tanto rasuradas na ficha de avaliação. Droga.
A verdade é que se houvesse um concurso com esse título, acho que me sairia bem. O Júlio [com todo o respeito, Lívia] é ótimo. Ele conseguiu definir o meu pior problema. No nick do msn!
Hoje eu até pesquisei sobre relógio e vi que foi o Santos Dumont que inventou o de pulso. Percebi que era uma perda de tempo pesquisar isso. Eu não uso relógio. Acho opressor demais essa coisa de acordar correndo, tomar banho correndo, tomar café correndo, pegar o ônibus lotado correndo...
Por isso trabalho à tarde. Só à tarde. A partir das 12h50min. Uma das maravilhas de trabalhar à tarde é porque a gente tem as manhãs livres. Mais tempo. Jura. Durmo a manhã toda...
Atender telefone é uma das coisas mais chatas do mundo. Atender reclamações, pior ainda. Trabalhar com isso não é agradável, principalmente se tu és teleatendente da ceee. Para meu desgosto e castigo, sou uma delas. E o mais inacreditável é que sou porque quero, afinal fiz o concurso. Não pretendo discutir aqui desemprego no Brasil ou os motivos que me fazem trabalhar com coisas insuportáveis ou estranhas mas sim, como as pessoas conseguem me admirar a cada dia.
Por motivos óbvios, ouvir é fundamental para um teleatendente. O problema é ter paciência pra ouvir. É a geladeira descongelando, é o velhinho que precisa de luz sei lá pra quê, são as mil crianças da casa que precisam nebulizar de 15 em 15 segundos, é a conta que subiu, é o poste que caiu, é a rede que arrebentou, é o mico [sim, o macaco] que se enrolou na alta tensão, é a colméia de abelhas no transformador... Ontem uma senhora “crente em Deus”, como ela mesma disse, mandou um colega tomar no cú.
Mas e o tempo... Pensei nas eternas reclamações de não tenho tempo. E na verdade é tudo porque não sei administrar o tempo e acabo me estressando e querendo chutar o balde. A minha invenção diz respeito a essa fase. A do stress.
Quando o stress toma conta eu até fico pensando em homicídio coletivo. Juro que sou completamente contra a violência, mas há momentos [e há!] em que penso em soluções bizarras para o decréscimo da população chata do mundo.
Uma das minhas idéias é aquela teclinha “talk” da caixinha. Depois de um atendimento, teclamos “talk” para desligar e esperar outra ligação. Pois é. Queria usar uma caixinha dessas na vida real. Imaginem que legal seria quando, numa aula chata, teclar “talk” e, repentinamente a professora sumir? Ou andar pela Dr Flores sem precisar desviar das pessoas? Para tudo, teclar “talk”. Aqueles malas na fila? “Talk”. Aquele monte de gente no ônibus? “Talk”. Aquele carinha bêbado na festa? “Talk”.
Desligar na cara é saudável. Acredito ser essa uma solução para muitos problemas. Até me senti um Brás Cubas e seu emplasto...
E não aceitem imitações!

*foto editada pelo Luis. Eu não sei fazer nada mesmo!! Hahaha...

2 comentários:

Luis Volkweis disse...

Essa coisa do tempo, de correr contra ele, é complicada.
Eu me sinto assim o tempo todo.
Parece que tô sempre correndo contra o relógio. Que se eu saio de casa um minuto atrasado, a consequêcia é um atraso maior... E eu penso que um dia essa minha corrida contra o relógio vai acabar, mas sei lá. Às vezes parece que tá só começando...

Alexandre Conrado disse...

Só me resta uma coisa a dizer: "Talk"!

:)